Tudo aconteceu numa turma de crianças de alfabetização nos anos de 1987, numa das maiores comunidades periféricas de Maceió conhecida popularmente por Vila Brejal, bairro do Jardim São Francisco/AL. Os alunos tinham entre 7 a 10 anos. Lembro-me que trabalháva-mos durante o ano, um bloco entre doze a treze palavras geradoras, tais quais: família, lazer, brinquedo, sucata, comunidade, trabalho, saúde, picolé, sururu, mercado, lagoa, lama e moradia. Ambas visavam trabalhar a práxis dentro da realidade onde objetivava a inclusão máxima da grade curricular exemplificada e vivenciada na teoria do Professor Paulo Freire. Recordo-me que naquela manhã de segunda-feira íamos dar início a palavra moradia. Começamos dialogar sobre as nossas palafitas, casa de papelões e plásticos, taipa, tijolos, casebres, prédios, etc. Após algum tempo que, em grupo, eles estavam construindo as maquetes com tesoura, cola, caixas de papelão, ouvi um grito de susto desesperado de um aluno que explanava:
Eitáaaaa! Olha! Ahhhh.... (respirava fundo). A Tia tá cheia de sangue!
Todos assustados e desesperados. Uns colocavam às mãozinhas na boca, na cabe;a, com os olhos arregalados. Que cena!
Nesse momento virei e olhei a saia de cor amarela, godê e pedi para que todos retornassem aos seus lugares e que se acalmassem enquanto eu iria ao quintal daquela humilde e pequena escola de taipa, sem água encanada, nem porta de banheiro, procurar um líquido que pudesse retirar o fluxo e retornar para um novo discursou didático pedagógico. Tinha um pouco de água no balde que utilizei enquanto eles se agrupavam, curiosos, ao meu lado. Voltando, pedi que uma aluna e um aluno deitassem sobre folhas de papel madeira, e que outros dois amigos os circulassem com um lápis piloto, formando o desenho de ambos os gêneros. Então, fui trabalhar Biologia com ênfase no corpo humano, estrutura e desenvoltura dos órgãos de acordo com a faixa etária, sexo até a fertilização. Inclui a família e a vida deles como ser que nasceram da fecundidade. Até plantas e animais foi também posto nessa abordagem. Nossa! Fizeram tantas perguntas. Moral da história deixamos de trabalhar o tema gerador específico para explorar sobre o novo assunto, inclusive, gravidez na adolescência, controle de natalidade.
Mas, voltando ao assunto da nova descoberta dos alunos cientistas mirins, o fato foi para o conhecimento dos pais relatados por eles, que sem entender, ignoraram, rasgaram o verbo, alguns proibiram seus filhos de ir ä escola. Visitei-os! Expliquei-os. A coordenação sugeriu uma reunião para melhor entendimento. Foi solucionado o caso.
O objetivo de expor esse fato, é mostrar que nós professores devemos está sempre preparado em conhecimentos metodológicos e científicos, ter domínio e agilidade para aproveitar ao máximo determinados fatos do cotidiano para transmitir valores e (in) formações com segurança.
Maria José da Silva
Licenciatura em Pedagogia/ULBRA
Efetiva da Secretaria de Est. da Educação e do Esporte/AL/ATSG
Escola Comunitária do Centro de Apoio a Criança e Adolescente e Ass. De Educadores Católicos - AEC/AL/1987
Na Comunidade da Vila Brejal - Maceió/AL
E-mail:pedagogmara@yahoo.com.br
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"Tão importante quanto o que se ensina e se aprende, é como se ensina e como se aprende".( César Coll )
Eitáaaaa! Olha! Ahhhh.... (respirava fundo). A Tia tá cheia de sangue!
Todos assustados e desesperados. Uns colocavam às mãozinhas na boca, na cabe;a, com os olhos arregalados. Que cena!
Nesse momento virei e olhei a saia de cor amarela, godê e pedi para que todos retornassem aos seus lugares e que se acalmassem enquanto eu iria ao quintal daquela humilde e pequena escola de taipa, sem água encanada, nem porta de banheiro, procurar um líquido que pudesse retirar o fluxo e retornar para um novo discursou didático pedagógico. Tinha um pouco de água no balde que utilizei enquanto eles se agrupavam, curiosos, ao meu lado. Voltando, pedi que uma aluna e um aluno deitassem sobre folhas de papel madeira, e que outros dois amigos os circulassem com um lápis piloto, formando o desenho de ambos os gêneros. Então, fui trabalhar Biologia com ênfase no corpo humano, estrutura e desenvoltura dos órgãos de acordo com a faixa etária, sexo até a fertilização. Inclui a família e a vida deles como ser que nasceram da fecundidade. Até plantas e animais foi também posto nessa abordagem. Nossa! Fizeram tantas perguntas. Moral da história deixamos de trabalhar o tema gerador específico para explorar sobre o novo assunto, inclusive, gravidez na adolescência, controle de natalidade.
Mas, voltando ao assunto da nova descoberta dos alunos cientistas mirins, o fato foi para o conhecimento dos pais relatados por eles, que sem entender, ignoraram, rasgaram o verbo, alguns proibiram seus filhos de ir ä escola. Visitei-os! Expliquei-os. A coordenação sugeriu uma reunião para melhor entendimento. Foi solucionado o caso.
O objetivo de expor esse fato, é mostrar que nós professores devemos está sempre preparado em conhecimentos metodológicos e científicos, ter domínio e agilidade para aproveitar ao máximo determinados fatos do cotidiano para transmitir valores e (in) formações com segurança.
Maria José da Silva
Licenciatura em Pedagogia/ULBRA
Efetiva da Secretaria de Est. da Educação e do Esporte/AL/ATSG
Escola Comunitária do Centro de Apoio a Criança e Adolescente e Ass. De Educadores Católicos - AEC/AL/1987
Na Comunidade da Vila Brejal - Maceió/AL
E-mail:pedagogmara@yahoo.com.br
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"Tão importante quanto o que se ensina e se aprende, é como se ensina e como se aprende".( César Coll )